Na Escócia, onde há uma forte tradição de golfe, só na própria cidade de Glasgow encontram-se 11 campos de golfe, pelo que não admira que seja possível conversar sobre golfe com quase todos os motoristas de táxi, sobre o seu campo preferido e o seu último jogo. Claro que nem todos os 11 campos têm acesso fácil a qualquer pessoa. Claro que nalguns desses campos só os membros podem jogar e ser membro significa esperar por uma vaga e pagar bastante para a ocupar. Mas há outros, onde qualquer jogador pode entrar, pagando um valor mais ou menos razoável consoante o tipo de campo. Mas o que torna o golfe efectivamente popular na Escócia, no Canadá, na Suécia, na Dinamarca e até na nossa vizinha Espanha e em muitos estados dos EUA, são os chamados “campos municipais”.
No nosso país, o golfe entrou pela via mais elitista e desenvolveu-se, não pela via da tradição, mas pela da economia. Temos por isso muitos campos de golfe comerciais e apenas alguns de acesso mais restrito: a limitação é feita nos campos de luxo, através de uma política de preços elevados, chegando-se nesses casos a conseguir preços “apenas razoáveis”, quando se pernoita no hotel de cinco estrelas associado ao campo de golfe...
Esse tipo de golfe, ainda que por motivos económicos pudesse ser desejado, não é o adequado ao fomento e divulgação do golfe pela generalidade da população de uma cidade ou Concelho. A difusão generalizada consegue-se com campos de iniciativa municipal, que muitas vezes são referidos apenas como campos municipais. Este tipo de campos faltam no nosso país e muito mais no nosso Concelho, onde temos espaço e oportunidade.
Num Concelho como o nosso, em que ainda temos algum espaço próximo às zonas urbanas, ainda para mais com muito boas acessibilidades para quem aqui se desloque vindo da cidade de Lisboa, temos uma grande oportunidade para desenvolver o golfe e a sua prática. Tal pode ser conseguido construindo campos de iniciativa municipal que venham a complementar os campos comerciais que entretanto apareçam integrados em urbanizações mais ou menos luxuosas. Poderemos então ainda ter mesmo junto às áreas urbanas, zonas verdes com qualidade e boa apresentação que possam ser disfrutadas por muitos que podem vir a aderir a uma modalidade que pode ser praticada dos nove aos noventa anos.
Valorizamos o Concelho, as nossas zonas urbanas e contribui-se para um golfe mais popular.
(post publicado no Blog Forum Vilafranquense em 17/9/2007)
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Golfe em Vila Franca(III): Uma oportunidade a não perder
Publicada por
Fernando Carvalho
às
17:00
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